Cena Underground Ponto de Cultura
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Por Edu K (DeFalla)
Confesso que levei uma rasteira destes malditos Joanetes!
Deixem-me explicar: recebo “promos” de bandas novas todos os dias, pelo menos de cinco a dez almas perdidas em busca da luz do famigerado estrelato depositam, ingenuamente, sua confiança e sonhos neste tresloucado bastião do pop underground brasileiro, na vã expectativa de que ainda existam milagres no pútrido mundo do show biz: de onde tiram a ideia de que eu possa possuir a chave que destranca a Porta Da Esperança, isso eu não sei!
Eis que, em um belo dia, os Joanetes postam um vídeo seu em minha pagina pessoal no Facebook. Well, um pouco indignado com a petulância de mais uma turma de desconhecidos usando meu espaço para se autopromover, postei alguns resmungos sobre o ocorrido em minha timeline, apenas para receber de volta, da própria banda, uma resposta cretina e bem humorada (estamos falando de humor negro aqui, que fique bem claro!). Tamanho topete, admito, me fez reavaliar minha rabugice e relembrar que, afinal, não fui eu um tremendo cara-de-pau minha vida toda também?
Ganhando pontos via sagacidade, o bando despertou minha curiosidade e fiz questão de dar uma conferida.
Para minha surpresa os Joanetes eram apenas uma das coisas mais do caralho que já vi nos últimos tempos!
A primeira coisa a me rachar o coco foi a identidade visual bizarra ? uma mistura de Ranxerox com Os Flintstones e festinha de aniversário no hospício – mas, sou obrigado a admitir que, ao soar das primeiras notas tortas de uma new wave jazz funk rockabilly improvisada e malaca no último foi que meu queixo caiu de vez: imaginem os Cramps fazendo uma participação especial num show do B-52?s tendo os Mothers Of Invention como banda de apoio! Não é pouca doidera! Virei um fã automática e irrevogavelmente!
Moral da história: a foderosa verve de nosso maravilhoso país tropical, onde no coração das trevas – as florestas urbanas abarrotadas de novos índios hi-tech ? todo dia nascem novos batuques, gritos de guerra e sons inusitados, me deu um belo chute no rabo enquanto me perdia, confortavelmente, nos labirintos e cantos obscuros de meu próprio umbigo!
Release:
O rock independente atualmente mais limpo, bonito e tecnicamente perfeito está comprometido. Durante os anos de 
2000 o meio alternativo se viu sufocado por regras definidas pelo mainstream. Ficou conformado, manco e anêmico. E, de tanto ser apertado, em 2012 viu o desenvolvimento de um calo ossudo também conhecido como Joanetes. São barulhentos, questionadores e incomodam. No início com uma raiz ska e surf, hoje apresentam doses progressivas de funk, soul, kraut e psicodelia, porém, sempre punk. Não se contentam com fórmulas e, coisa rara, do improviso saem suas melhores performances. Além do caldeirão musical, os shows dos Joanetes são sempre surpreendentes, primeiro por serem temperados sempre com boa dose de improviso e, também, pelo aspecto visual da banda. Máscaras e figurinos bizarros compoem a fórmula.
Irineu “Almeidassauro” Nogueira, bronco-músico, letrista, produtor e poeta, há 20 anos à frente do grupo Sara 572, certo dia de 2012 decidiu montar um projeto solo chamado Almeidão 70. Convidou o baixista Raphael Gorny e o baterista Vinicius Marçal para serem seus cúmplices. Com peso na consciência, entretanto, Almeidassauro não é sujeito egoísta para chamar de solo uma banda na qual todos contribuem. A partir de uma letra recente para o Sara foi que o trio se viu com(o) Joanetes. Com a necessidade de um guitarrista, logo infectaram o até então virtuose desperdiçado Felipe ?Fel? Andreoli e em pouco tempo se tornou uma epidemia agregando aos teclados & saxofone o Maestro Alexandre Gonçalves.
O show de estreia aconteceu no 92 Graus em Curitiba, ao lado de Uh La La!, Crocodilla e Gloom (GO). Após tocarem com importantes nomes da música curitibana como Os Savages, O Lendário Chucrobillyman, Pão de Hamburguer, Os Garotos Chineses e Os Penitentes, no início de 2013 os Joanetes abriram o show da banda argentina Las Taradas em Curitiba e, em seguida, após agregarem a participação da “Joaninha” Lisa Simpson tocando sua máquina de costura musical, participaram da 16ª edição do Fringe – mostra paralela do Festival de Teatro de Curitiba – sendo a banda base do espetáculo Orquestra Fashion, que contou com apresentações circenses e de moda, além da participação de alguns dos principais nomes da música paranaense (Cacique Revenge, Uh La La!, O Lendário Chucrobillyman, Motel Boys e Vilma Ribeiro). Além disso, gravaram participações em dois documentários musicais, um nacional e outro canadense.
INTEGRANTES:
-Irineu Almeidassauro – voz/percussão/brinquedos
-Maestro Ale Gonçalves – teclado/saxofone/ruídos/voz
-Fel Andreoli – guitarra/ruídos/voz
-Raphael Gorny – baixo/voz
-Vina Marçal – bateria
REDES SOCIAIS:
https://www.facebook.com/pages/Joanetes/385929041497290?fref=ts
TNB: http://tnb.art.br/rede/joanetes
Fotos Joanetes por Felipe Coutinho Moroso
