Entrevista BANDA C.H.O.K.E

Há dez anos, gravaram seu primeiro trabalho a demo tape “ dicktatorshit Holocaust from Third world”…
depois de alguns shows, viajar e tocar por uma grande parte do Brasil , lançam “Manifest” (2001) um split cd com a banda STN (Jethro Songs) um trabalho que despontou como uma das melhores e mais pesadas bandas do Paraná.

Após o lançamento do disco “Slum Radio”(2003) pela gravadora MNF Music , que fora produzido e gravado por João Gordo (Ratos de Porão)em São Paulo no estúdio Mr.Som de Marcelo Pomppeu ( Korzus ) e com participações de Doze ( Pavilhão 9 ), D’os Fanáticos a torcida organizada do Atlético Paranaense entre outros, a banda entrou em turnê pelo Brasil e varias subsequentes no exterior, incluindo Argentina, Chile, Uruguai, Bolívia e Paraguai, período no qual se tornou a banda brasileira que mais realizou shows na América do Sul. “Manifest from Sudamerica”(2008) foi produzido pela própria banda, mas foi lançado pela gravadora Mexicana Akracia Records.

 

Ele trata de temas políticos e sociais, baseados na sonoridade que mescla o Metal e o Hardcore, tudo isso com o povo e cultura latino americana como grande fonte de inspiração.O cd ” Manifest From Sudamerica ” se converteu em excelente repercussão e aceitação no Mexico, Bolivia,Argentina e Brasil tendo edições de lançamento no Mexico ( Akracia Records) e Brasil ( Tempo do Rock Discos ) uma distinção inédita para uma banda de seu gênero confirmando que seguiam sendo sinônimo de música renovada e mais energética no circuito do Rock Latino !

 

 

Os últimos meses , Viveram entre shows por boa parte da America do Sul e ensaios com vistas ao novo disco “ Latino Revolution ” ( 2012 ) gravado e produzido em Curitiba por Virgilio Milleo no Audio Stamp estúdio,esse é o quarto Cd e é o primeiro através da gravadora Demencial Records da Bolívia, Akracia Records (Mexico) e Brutal Records de Florianópolis(Brasil) . “Latino Revolution ” é um disco direto e com muita identidade sonora, com letras em espanhol em sua maioria, letras aliás sobre o universo Latino Americano influenciados desde :

 

Eduardo Galeano , Andrea Echeverri até Sub Comandante Marcos, e com uma mistura Curitibana que começaram a exibir com o alcance internacional de sua música e com seu estilo próprio + suas experiências locais , toda essa “fusão ” está bem amostra em faixas como : Piá e La Mezcla que têm a participação do grupo Hip hop Ragga Curitibano 

Entrevista com Ottavio Lourenço- Choke

(Cena) Fale um pouco sobre o inicio do CHOKE, as formações e suas influencias?
(Ottavio Lourenço)
Olá Cena Underground e leitores (as), iniciamos nossas atividades em agosto de 1998, já neste mesmo ano gravamos nossa primeira demo tape intitulada “Dicktatorshit Holocaust From Third World”, essa demo tape teve uma tiragem de 1.400 cópias e obtivemos ótima repercussão nas revistas e zines especializados aqui no Brasil,América do Sul e em alguns zines da Europa… as influências eram Napalm Death, Doom, Brujeria, RxDxP, Sepultura e Extreme Noise Terror,Biohazard entre outros.

(Cena) Sobre a formação inicial do Choke, pelo que sei e me lembro e isso é algo que jamais veio a público é o fato do Emerson Lima (baterista da banda Necrotério) ter sido o primeiro baterista do Choke, não é?
(Ottavio Lourenço) Sim, realmente o Emerson Lima foi o primeiro baterista do Choke, aliás é muito legal lembrar desta época, pois Choke e Necrotério tem muitos fatos entrelaçados… pois eu juntamente com o Marcos Lima e Emerson Lima formamos a banda(Necrotério) em 1993, e o Tony Martins também fez parte do Necrotério em um determinado período, portanto estamos conectados em muitas situações e diferentes momentos de nossas histórias.

(cena) A banda começou em 1998 já tem um bom tempo de estrada, você acha que a cena mudou muito? Ficou mais fácil para divulgação, shows,etc… ou piorou???
(Ottavio Lourenço) Sim, mudou. Em partes temos mais espaços para shows, mas ao mesmo tempo estes mesmos espaços são mais direcionados para as “bandas” que fazem “cover”, outro fato sem desmerecer ninguém e nem comparar a cena, nós quando iniciamos o Choke, Curitiba tinha e possuía bandas de muita qualidade como : Hecatomb, Infernal, STN,Zigurate, Colligere,Jailor,Zona Macabra,Pain Cult,Entrails,Eternal Sorrow, Amen Corner, Murder Rape, Septic Brain,Toxn, Imperious Malevolence, A Tribute to the Plague, Resist Control, Boi Mamão,Cadela Maldita (Felizmente algumas seguem ou estão retornando) e que todas essas bandas tinham grande espaço e reconhecimento nacional em seus seguimentos, algo menos comum nos dias atuais… pois com a mesma velocidade que as bandas iniciam nos dias atuais e tem um certo espaço para divulgação, com essa mesma rapidez estas mesmas bandas desaparecem. Mas o profissionalismo e seriedade de muitas bandas atuais são muito notórias e legais como o Dharma Khaos, Ribas on Rocks,Pankake, entre tantas outras bandas e amigos(as). Penso que esteja mais “fácil” por existir mais espaços, mas não é sinônimo de que a coisa aconteça, tudo isso depende muito do empenho das bandas.

(Cena) O primeiro disco CHOKE de 2001, foi bem recebido pelo publico, comente sobre a gravação?
(Ottavio Lourenço) O Manifest(o) é um split cd com a também curitibana STN, banda parceira que era atuante e com grande recepção no cenário hardcore curitibano, esse cd teve excelente repercussão no Brasil, America do Sul e Japão ( pois o cd foi distribuído por lá pela Keloid Records) e também o disco que possuiu nossa tour mais extensa pela América Latina com a companhia do Subtera. A gravação foi feita no estúdio da Franzini Records do produtor e engenheiro de som Rogério Franzini, hoje vejo com muito bons olhos esse material, porque os sons deste cd são extramente crust/grindcore e que era um estilo e algo musical nada comum para gravar nos estúdios aqui do Brasil e o resultado ficou muito similar ao cd’s das bandas europeias deste estilo, as críticas foram muito favoráveis a este disco.

(Cena) O segundo disco foi produzido pelo João Gordo do RDP, como foi a experiência de gravar com o João Gordo?
(Ottavio Lourenço) Foi incrível! algo realmente realizador e que para nós foi a aproximação,conexão definitiva da nossa história com as influências e inspirações musicais que recebemos do Ratos de Porão em todos estes anos de admiração da atitude e posicionamento deles! Gravamos o “Slum Radio” em São Paulo no estúdio Mr.Som do Marcelo Pompeu do Korzus (banda que também gostamos muito e realizamos alguns shows juntos) e durante as gravações ficamos alguns dia na antiga casa do Gordo no Brooklyn. Uma experiência de vida e musical muito marcante! Fundamental para a projeção que “ Slum Radio” alcançou mundialmente.

(Cena) Vocês participaram de varias coletanias. E importante as bandas participarem de coletanias? De a sua opinião?
(Ottavio Lourenço) Participamos de diversas coletâneas mundo afora: Turquia, Argentina, Uruguay,Equador,França (se levarmos na conta essas coletâneas nossa discografia teria mais ou menos uns 20 cd’s). Sim, as compilações em cd em diferentes revistas de diversos locais foi muito importante para a divulgação e projeção da nossa proposta musical, e ainda é necessário que as bandas estejam participando destas coletâneas para uma repercussão e alcance de novos horizontes.

(Cena) Qual países da America Latina vocês tocaram?
(Ottavio Lourenço) Argentina,Chile,Uruguay,Paraguay e Bolívia (países que realizamos mais 170 shows) e temos convites para shows e tournês na Colômbia, Venezuela, México, Peru,Panamá,Cuba e Equador. Países que desejamos e pretendemos tocar assim que sejam efetivado esses convites.

(Cena) Vocês fizeram vários shows em países Latino Americanos, conquistando vários seguidores. Existe muita diferença entre o publico destes países e o publico nacional?
(Ottavio Lourenço) Em partes sim, o povo lá aparentemente é mais caloroso e receptivo até porque a exposição que temos lá é muito maior do que aqui, então as pessoas que acompanham a banda tem um número muitíssimo maior do que no Brasil, por isso a mobilização lá é maior, mas penso que os países do nosso continente tem suas particularidades e justamente essas diferenças que nos fazem cada vez mais próximos, a “Latinidade” nos aproxima, a cena musical também é uma fusão, não tem essa distinção de estilos como aqui , talvez essa seja a maior diferença: tudo que é rock lá tem seu espaço comum, diferentemente aqui do Brasil que os estilos são classificados e de certo modo “separados”!

(Cena) O que podemos esperar do CHOKE para o ano que vem, tem alguma coisa planejada, disco novo, DVD, nova turnê???
(Ottavio Lourenço) Estaremos lançando amanhã (10/12 ) na TV Transamérica no programa UP LOAD o vídeo clipe da música Represent Acción do nosso quarto álbum, o “Latino Revolution” que está sendo lançado na Bolívia pela Demencial Records, no México via Akracia Records e aqui no Brasil pelo selo catarinense Brutal Records…vamos também gravar mais dois vídeos clipes e faremos shows por aqui e tournês pela América Latina em alguns países que ainda não estivemos.

(Ottavio Lourenço) deixo aqui meu agradecimento pela entrevista, convite e espaço no Cena Underground, quantos mais espaços como este surgirem é mais um sinal de avanço significativo na cena Rock Musical Paranaense.

Contatos:
www.myspace.com/chokebrazil
www.youtube.com/chokelatino

Choke é :
Ottavio Lourenço – Vocal
Fausto Bortollotti – Guitarra
Tony Martins – Baixo
Andre Cirino – Bateria

Sobre Edgar K.

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